Como sair do rotativo do cartão de crédito? Saiba como quitar essa dívida

Um cartão de crédito aceito em milhares de lojas, que permite que você compre hoje e pague apenas no mês seguinte. E que, de quebra, ainda transforma seus gastos em pontos que depois poderão ser trocados por eletrodomésticos ou milhas para viajar com companhias aéreas. É difícil resistir a ofertas como essas, feitas por bancos e administradoras. Os cartões de crédito têm mesmo muitas vantagens ­­– mas apenas para quem sabe usá-los. Os que se empolgam nas compras e acabam caindo no chamado crédito rotativo, podem acabar com um problema difícil de resolver.

O limite do rotativo é o valor que a empresa que emite o cartão libera para o cliente quando ele não consegue pagar o valor total da fatura. É um tipo de empréstimo automático. O consumidor não precisa assinar contrato nem conversar com o gerente do banco para ter acesso a esse valor.

Essa facilidade, porém, tem um preço alto. Os juros do rotativo do cartão são os maiores cobrados dos consumidores. Segundo relatório do Banco Central do Brasil (Bacen), a taxa média foi de 12,65% ao mês em outubro de 2020. Utilizando essa taxa mensal, temos o absurdo de 317,5% ao ano.

Para que você tenha uma ideia do tamanho do rombo, uma pessoa que tem hoje uma dívida de R$ 500 no cartão estará devendo mais de 4 vezes esse valor em apenas um ano. Usando a taxa média do rotativo, essa dívida chegaria a R$ 2.088,07 nesse período.

Mas mesmo para quem já está endividado, a boa notícia é que dá para evitar que o problema chegue a esse nível. O primeiro passo é trocar a dívida do cartão por outra com juros menores, ou seja, pedir um empréstimo e, com o dinheiro, quitar o crédito rotativo. Dessa forma você ainda tem uma dívida, mas os juros serão mais baixos e possíveis de pagar ao longo do tempo.

E, na verdade, qualquer opção que o consumidor conseguir no banco será melhor do que o rotativo do cartão, como você pode observar pela tabela que montamos com as principais modalidades de crédito monitoradas pelo Banco Central. Veja abaixo:


O segundo passo, e não menos importante, é reestruturar o orçamento da família. Inclusive, temos um curso Criando Futuro (clique aqui) que pode ajudar, pois é 100% online e prático.

FORMAS DE SAIR DO ROTATIVO

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Vamos apresentar, no entanto, todas as opções que podem ser utilizadas para trocar a sua dívida com juros exorbitante por taxas menores e possíveis de caber no seu bolso.

Crédito consignado

O crédito consignado é a melhor opção para quem precisa trocar a dívida alta do cartão por outra mais em conta. Os juros variam de 1,29% a 2,21% ao mês, segundo o Banco Central, e a parcela é descontada diretamente do salário ou da pensão do consumidor.

Nem todos os consumidores, porém, têm acesso ao consignado. Esse empréstimo é oferecido aos aposentados, pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e servidores de instituições públicas. Algumas empresas privadas também concedem essa opção para os funcionários por meio de acordo feito com bancos, mas são poucas exceções.

Empréstimo pessoal de bancos

Quem não tem acesso ao crédito consignado pode pedir um empréstimo pessoal no banco em que tem conta. Os juros, nesse caso, são em média de 4,88% ao mês, bem menores do que os do cartão de crédito.

A taxa, no entanto, pode variar muito dependendo do tempo de relacionamento do cliente com o banco e do histórico financeiro dele. Quem tem outras dívidas ou é cliente da instituição há pouco tempo pode ter de pagar taxas mais altas ou enfrentar dificuldade para conseguir um prazo amplo de pagamento.

Empréstimo pessoal de financeiras

Financeiras também oferecem linhas de empréstimo pessoal. As taxas, nesse caso, são bem maiores do que as dos bancos, ficando, em média, em 7,24% ao mês, segundo a Anefac. Mas segundo o Banco Central, existe financeira cobrando até 21,68% mensais, o que daria quase 1.000% ao ano.

Os empréstimos com financeiras, portanto, podem ser um negócio pior do que assumir o crédito rotativo do cartão. Se o consumidor tiver problema com o banco no qual tem conta, a tendência é que as financeiras cobrem juros mais altos, pois o risco de inadimplência pode ser alto.

Essas instituições costumam fazer poucas exigências dos clientes para conceder crédito – muitas o oferecem até para quem está com o nome sujo mas, essa facilidade pode custar muito caro e deve pesquisar bastante antes de assinar o contrato.

Cheque especial

Outra opção para quitar a dívida do cartão é pagar a fatura usando o limite do cheque especial. É importante saber que o nome do cheque especial pode mudar dependendo do banco, como LIS (no Itaú) ou Limite da Conta (no Santander).

Assim como no caso do rotativo, esse é um tipo de empréstimo geralmente concedido sem burocracia e pré-aprovado em sua conta bancária, mas apesar de cobrar juros menores do que as taxas do rotativo do cartão, os juros do cheque especial não são baixos: 6,50% ao mês, em média.

Com taxas de juros altas assim é grande a chance do consumidor acabar arrumando mais problemas. O risco é pagar o cartão, ter dificuldade para pagar o cheque especial e acabar caindo no rotativo de novo, ficando preso nessa armadilha dos juros altos.

Negociação com o emissor do crédito

Dependendo da situação do consumidor, pode acontecer também de simplesmente não conseguir crédito em nenhum banco ou financeira. Então, terá que partir para o que chamamos de negociação traumática, feita diretamente com o emissor do cartão.

Ele pode pedir para alongar o prazo de pagamento ou renegociar a taxa de juros. O problema é que, quando faz isso, o consumidor geralmente perde todos os limites de crédito disponíveis naquela instituição.

Orçamento doméstico

Seja qual for o caminho escolhido, reforçamos a necessidade de se preparar para pagar a dívida. Isso significa organizar as contas, cortar gastos e, em casos extremos, até vender um bem, como o carro.

Ter uma dívida é sempre ruim, pois acabamos trabalhando para os outros, pagando juros e mais juros ao longo dos anos por bens que podem ser tomados de nós, como uma casa financiada. Nossa recomendação é que, uma vez quitada a dívida, comece a se planejar para inverter o jogo de pagador de juros para recebedor de juros, começando a investir!

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Atualizado em

Por: Bruno Papi

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