Selic a 10,75%: Descubra como ficam os seus investimentos

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros (Selic) de 9,25% para 10,75% ao ano terá impactos na rentabilidade das aplicações financeiras e irá melhorar o retorno de investimentos de renda fixa. Já a famosa caderneta de poupança não acompanhará mais a escalada da Selic e seguirá com o retorno travado em 6,17% ao ano + TR (Taxa Referencial).

Veja abaixo as regras da poupança e veja comparativos de rentabilidade nas principais aplicações de renda fixa com a taxa Selic a 10,75%.

Entenda a regra da poupança

Desde o final do ano passado, quando a Selic ultrapassou o percentual de 8,50% ao ano, a rentabilidade da poupança voltou à regra antiga, deixando de pagar 70% da taxa básica de juros e passando a ter rendimento fixo de 0,5% ao mês + TR, ou 6,17% ao ano + TR – o mesmo que já era pago para a chamada "poupança velha" (depósitos feitos até abril de 2012).

A regra em vigor é a seguinte:

  • Selic de até 8,5%: rendimento limitado a 70% da Selic + TR para novos depósitos e rendimento de 0,5% ao mês + TR (6,17% ao ano + TR) para depósitos feitos até 2012
  • Selic maior do que 8,5%: rendimento fixo de 0,5% ao mês + TR , ou 6,17% ao ano + TR, para depósitos novos e antigos - independente da taxa de juros que estiver em vigor

TR sai do zero após 4 anos: quanto rende investir na poupança?

Em meio à escalada da Selic, a TR, que estava nula desde setembro de 2017, saiu do zero desde o final do ano passado. O valor passou a ser atualizado diariamente pelo Banco Central. Em janeiro, por exemplo, variou de 0,0231% a 0,1436% ao mês.

Com a Selic em 10,75% ao ano, a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) estima que as contas antigas e novas da poupança terão um rendimento mensal de 0,52% ao mês, o que corresponde a um rentabilidade de 6,68% ao ano, já incluindo no cálculo a variação da TR.

Veja abaixo simulações para depósitos na poupança num prazo de 12 meses, considerando a manutenção da Selic no patamar de 10,75% ao ano.

  • Aplicação de R$ 1.000: rendimento de R$ 66,80 em 12 meses, totalizando R$ 1.066,80 ou 6,68% ao ano;
  • Aplicação de R$ 2.000: rendimento de R$ 133,60 em 12 meses, totalizando R$ 2.133,60 ou 6,68% ao ano;
  • Aplicação de R$ 10.000: rendimento de R$ 668,00 em 12 meses, totalizando R$ 10.668,00 ou 6,68% ao ano.

Comparativo de investimentos

A Selic em dois dígitos irá elevar as chances de ganho em investimentos de renda fixa como títulos públicos vendidos por meio do Tesouro Direto, CDBs (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letras de Crédito Imobiliário), LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), CRI e CRA (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio) e de debêntures incentivadas, que são títulos emitidos por empresas para financiar seus projetos e operações.

Simulações do buscador de investimentos Yubb mostram que, com a Selic a 10,75%, o retorno líquido (descontada a inflação) projetado para outros investimentos de renda fixa supera de longe o oferecido pela poupança, variando de 1,36% a 10,16% para o período de 12 meses. Veja no quadro abaixo:


Fonte: Economia G1

Com a Selic em trajetória de alta e a expectativa de desaceleração da inflação em 2022, os analistas destacam que os investimentos de renda fixa tendem a ganhar maior atratividade, com destaque para os papéis com rentabilidade pós-fixada atrelada à taxa básica de juros ou que acompanham o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

A projeção do mercado para a inflação de 2022 está atualmente em 5,38%. Já para a taxa básica de juros, a expetativa de que a Selic termine o ano em 11,75% ao ano, o que embute ao menos mais uma alta.

Analistas têm destacado que o Brasil pode terminar 2022 com o maior juro real entre as principais economias do mundo, isto é, quando se desconta a perda pela inflação no retorno pago pelos títulos atrelados à Selic. Ou seja, o retorno de investimentos de renda fixa tendem a ganhar da inflação, se mostrando uma opção rentável e de baixo risco para investidores nacionais e estrangeiros.

Investimentos mais buscados em 2022

Levantamento do Yubb mostra os investimentos mais buscados no mercado financeiro em janeiro. Veja abaixo o ranking:

  1. CDBs
  2. Fundos de ações
  3. Ações
  4. Tesouro Direto
  5. Fundos multimercado
  6. Fundos de índice (ETFs)
  7. LC/RDB
  8. LCI/LCA
  9. Criptoativos
  10. Fundos imobiliários (FIIs)

Onde colocar o dinheiro?

Entre as alternativas à poupança e tão seguras quanto, estão títulos públicos como o Tesouro Selic, além de produtos como CDB, LCI e LCA, que contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para aplicações de até R$ 250 mil e também costumam oferecer liquidez diária, além da possibilidade de isenção de imposto de renda, como é o caso da LCI e LCA.

Títulos de Renda fixa que remuneram acima de 1% ao mês se tornarão mais comuns no mercado. Outro investimento que também terá o seu destaque são os fundos de de investimentos imobiliários e as ações, que podem pagar prêmios melhores para compensar o risco maior em relação a renda fixa.

Vale sempre lembrar ainda que maiores rentabilidades costumam estar associadas a aplicações financeiras com prazos de vencimento maiores. Portanto, na hora de investir é preciso avaliar os objetivos do investimento, a necessidade de eventual resgate no curto prazo e a disposição a assumir um maior risco.

Poupança segue perdendo para a inflação

A poupança encerrou o ano de 2021 com a pior rentabilidade real em 31 anos. Descontada a inflação, a caderneta teve um rendimento negativo de 6,37% no ano passado e os saques da poupança superaram depósitos em R$ 35,4 bilhões em 2021.

Já são 16 meses seguidos em que a modalidade perde para a inflação, segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica. Em outras palavras, quem deixou o dinheiro na poupança continuou perdendo poder de compra.

No curto prazo, a poupança tende a continuar perdendo ou no máximo empatando com a inflação. De acordo com a última pesquisa Focus do Banco Central, os analistas estimam que o IPCA fechou janeiro em 0,54%, acelerando para 0,84% em fevereiro. Já a projeção para o IPCA de março é de 0,50%.


Fonte: Economia G1

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Atualizado em

Por: Bruno Papi

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