O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (16/06) elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 3,5% para 4,25% ao ano.
A decisão já era esperada pela maior parte dos analistas do mercado financeiro, que previa aumento de 0,75 ponto percentual da Selic. Uma outra parte chegou a estimar elevação maior, de 1 ponto, para 4,5%.
Saiba mais abaixo as consequências da decisão do Copom na economia e como a decisão é tomada pelo comitê.
Este foi o terceiro aumento da Selic em 2021. Em março, quando o Copom decidiu elevar a taxa pela primeira vez em quase seis anos, a Selic passou de 2% para 2,75% ao ano. Em maio, subiu de novo, para 3,5% ao ano.
Os economistas avaliam que o aumento da taxa continuará neste ano. A previsão é que a Selic termine 2021 em 6,25% ao ano, segundo pesquisa do Banco Central com mais de 100 instituições financeiras.
Consequências da alta da Selic
O processo de alta dos juros, que teve início em março e deve prosseguir nos próximos meses, segundo especialistas, gera algumas consequências para a economia, entre as quais:
- Reflexos nos juros cobrados pelos bancos, que já vêm sendo pressionados pelos riscos fiscais – aumento de gastos públicos – e também pela previsão de alta da inadimplência, além das instabilidades causadas pela crise econômica atual;
- A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos, impactando, assim, o emprego e a renda;
- A alta do juro básico também aumenta a remuneração das aplicações financeiras no Brasil, estimulando o ingresso de recursos na economia e atenuando as pressões de valorização do dólar;
- O aumento na taxa Selic também gera elevação de despesas com juros da dívida pública;
- Para os investidores em ativos de renda fixa pode ser positivo, pois eleva o retorno de títulos atrelados ao CDI e a Selic.
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Como a decisão é tomada
O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação, fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para 2021, a meta central é de 3,75%. Pelo sistema de metas, a meta será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25% em 2021.
Para o ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
Por: Bruno Papi