Inflação: conheça a maior inimiga do seu dinheiro!

Toda vez, ao comprar gás, é aquele susto: mais um aumento no preço! E a carne, o tomate, a gasolina e tantos outros produtos, o que acontece para subirem tanto? Resumidamente, eles sofrem os impactos da inflação (aliás, quem sofre somos nós).

Esse termo não deve ser novidade no seu vocabulário, mas você sabe explicar como a inflação funciona? Ou por que há tantos impactos diretos na vida das pessoas? Pois é, sabemos que o conceito pode ser complicado, mas não existe muito mistério para entender o que significa inflação.

Neste artigo, você vai conferir alguns exemplos e compreender, basicamente, como ela é calculada e porque afeta certas categorias e, outras, não. Quer saber os impactos da inflação no seu bolso? Acompanhe!

O que é inflação, afinal?

Inflação significa o aumento contínuo do preço de produtos e serviços, que reduz o poder de compra do consumidor. Por isso temos a sensação de que o dinheiro já não dá mais para nada — afinal, quem dera que o salário aumentasse proporcionalmente, né?

Só que, quando falamos em “inflação”, nem sempre estamos nos referindo a algo prejudicial à população. Se o aumento de preços acontece de forma espaçada, controlada e acompanha o aumento do salário mínimo, essa proporção ocorre de forma esperada.

E como a inflação acontece?

Nem todo aumento de preço é considerado inflação. Os preços dos produtos podem subir por diversos motivos e a inflação acontece, como dissemos, quando esse aumento é contínuo ou dura por um longo período.

Se o tomate, por exemplo, aumenta em determinado mês, a elevação do preço pode ter acontecido por fatores diversos. Por exemplo: algo que prejudicou a agricultura, a exportação ou mesmo a baixa oferta do produto. Pois, como sabemos, quanto maior é a procura e menor é a oferta, mais alto o preço tende a ser.

Como a inflação é calculada?

São utilizados vários índices gerais de preços para calcular a inflação. O principal deles é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), já ouviu falar?

O IPCA é considerado o termômetro da inflação brasileira e é referência nas alterações nas taxas de juros. E por ser um indicador importante da economia no país, o IPCA é medido todos os meses por meio de uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ela é feita com o objetivo de verificar os preços de produtos e serviços pagos pelos consumidores. Esses preços analisados compõem a chamada “cesta de produtos”, composta por itens básicos para a população, como:

  • alimentação;
  • saúde;
  • transporte;
  • educação;
  • despesas pessoais;
  • vestuário;
  • habitação.

Todos esses setores estão diretamente envolvidos na vida de todos nós, certo? É por isso que o IBGE avalia a variação dessa “cesta” com produtos e serviços tão essenciais, pois eles movimentam a economia a todo momento.

Saiba que, além do IPCA, indicadores como o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), IGP (Índice Geral de Preços) e o IPA (Índice de Preços no Atacado) são responsáveis por ajudar a medir a inflação no país.

Quais são os principais fatores que geram a inflação?

Anteriormente, falamos que a alta da inflação ocorre por diversos motivos e, talvez, essa seja a parte do assunto que mais gera dúvidas nas pessoas.

Só que a elevação dos preços também acontece por mais de um fator e isso pode acarretar na alta desenfreada de preços. Veja os 3 fatores principais:

1. Aumento na demanda de determinado produto, categoria ou segmento

Acontece quando mais pessoas procuram por determinado produto no mesmo período. Sendo assim, é mais difícil garantir que todos tenham acesso — aí, o preço tende a aumentar pela alta procura.

Da mesma forma, o aumento na demanda acontece pela valorização do produto naquele momento, o que representa uma oportunidade para aumentar o preço. Imagine, por exemplo, a venda de sorvetes e açaí no pico do verão. O fato de mais pessoas procurarem por esses produtos impactará na elevação dos preços, certamente.

Um exemplo prático e recente que explica, em partes, o aumento da inflação no mundo inteiro, é a guerra entre Rússia e Ucrânia. Esses conflitos refletem em menos produtos sendo exportados (por causa das sanções econômicas) e por mais países estocando recursos, o que aumenta o valor dos que estão disponíveis.

2. Aumento dos custos de produção

Esse é um tipo de aumento que pressiona os custos com a produção de determinado produto. Se um insumo fundamental para a produção de algum item sofre aumento de preço, isso tende a impactar toda a cadeia de produção e vendas. Afinal, o valor também tende a ser repassado ao consumidor final.

Dentro desse fator que impulsiona a inflação também está o aumento de taxas, impostos, tarifas e câmbio. Se as taxas de importação aumentam ou o dólar é valorizado, certamente, haverá alta do índice e o bolso do cidadão vai sofrer com os impactos da inflação.

3. Aumento da emissão de moeda

O governo também pode ter participação na alta da inflação. Isso é comum quando há menos arrecadação (no pagamento de impostos, por exemplo) e mais gastos. A partir disso, como estratégia para movimentar a economia, o governo pode emitir mais papel-moeda.

Com mais dinheiro circulando entre a população, a capacidade de compra das pessoas pode aumentar. Só que o mesmo pode acontecer com os preços, já que a produção não contará com um crescimento proporcional.

Como a inflação afeta sua vida?

Você conferiu como os preços de produtos e serviços essenciais às pessoas são impactados com a inflação. Então, não é de se estranhar que um desequilíbrio nesses segmentos pode causar impacto no pão nosso de cada dia e até no valor do aluguel, certo?

Mas quais são os impactos da inflação, na prática? Para começar, entenda que com R$ 100, hoje, você não compra as mesmas coisas que compraria há cinco anos (ou mesmo no ano passado).

Isso porque os salários não acompanham o aumento dos preços, o que, novamente, tira o poder de compra do consumidor. O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), por exemplo, é o índice que ajuda a calcular o valor de reajuste dos aluguéis.

Por isso, quando há alta nesse indicador, o valor é repassado no aluguel da população. O plano de saúde e o valor da matrícula da escola das crianças são impactados da mesma forma, pela variação do IGP-M.

Outro exemplo de como a inflação pode afetar a vida das pessoas é no consumo de alimentos, como o pão. Como boa parte da matéria-prima desse alimento vem de importação, se ocorrer algum fator que pressione esse mercado, a importação será impactada. E o consumidor terá menos produto para consumo, o que afeta o preço.

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Entenda que os impactos da inflação são maiores em famílias de baixa renda. Afinal de contas, como os preços são elevados de forma geral, quem recebe menos tende a perder ainda mais poder de compra. Como vimos, o aumento da renda não é proporcional aos gastos.

Por isso, ainda que todos sejam impactados pela alta da inflação, quem recebe menos sempre sentirá a alta nos preços de forma mais intensa. Principalmente, porque o segmento de alimentos é a categoria da cesta que mais tende a aumentar com a inflação.

São muitos os fatores que levam à inflação e fazem com que isso impacte direto no seu bolso. Esperamos que isso tenha ficado claro para você.

As nossas dicas para lidar com a alta inflacionária é esperar o melhor momento para comprar (sempre monitorando e comparando preços), substituir por marcas mais baratas, negociar sempre que possível e, principalmente, fazer investimentos que retornam acima da inflação.

Viu como, apesar de parecer algo complicado, é possível entender como a inflação afeta o dia a dia das pessoas? Se este artigo foi útil para você, temos vários outros nos quais descomplicamos assuntos como esse.

Atualizado em

Por: Bruno Papi

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