Se você é um dos 62,8 milhões de brasileiros com o nome sujo, segundo dados de abril de 2020 do SPC Brasil, não deixe a dívida rolar. Você precisa agora se organizar financeiramente para renegociar a dívida e ao mesmo tempo deixar as outras contas em dia. Conheça cinco maneiras para chegar a esse objetivo.
1. Diga quanto você pode pagar
Não adianta renegociar a dívida se você não conseguir arcar com as parcelas. Entre em contato com a empresa e diga quanto você pode pagar. Caso a empresa negue a sua oferta, tente chegar a um consenso que não o prejudique financeiramente. A Proteste, órgão de defesa do consumidor, recomendo que o consumidor não comprometa mais de 15% de sua renda para o pagamento da dívida. Um comprometimento muito alto pode prejudicar as despesas com alimentação, moradia, serviços públicos, mensalidades escolares e compras no supermercado.
2. Não deixe de pagar o valor acordado
Em geral, os bancos e instituições financeiras não aceitam uma segunda renegociação, portanto é fundamental definir uma parcela que realmente caiba no seu bolso.
3. Não conseguiu renegociar a dívida?
Os bancos não são obrigados por lei a conceder a renegociação da dívida, mas mesmo assim você deve utilizar essa manobra. Se não conseguir, procure um órgão de defesa do consumidor, como o Procon da sua cidade ou a Proteste.
4. Cuidado com os juros
Quando for renegociar a dívida é muito importante observar os juros que serão cobrados. Os bancos utilizam como base para a definição dos juros a taxa SELIC, que é definida a cada 45 dias pelo COPOM (Comitê de Políticas Monetárias). Se a SELIC estiver mais alta no momento da renegociação, os juros cobrados sobre as parcelas também serão mais altos. Um bom momento para renegociar é quando há queda da taxa.
Atualmente, o melhor é fazer a renegociação das suas dívidas o quanto antes, porque estamos no menor patamar da taxa Selic da história do Brasil e a tendência é que essa taxa suba nos próximos anos.
5. Preciso mesmo renegociar?
Os motivos do endividamento geralmente são cartão de crédito (74,7%), financiamento de carro e imobiliário (22,3%) e empréstimo pessoal (9,1%). Nem sempre a renegociação é a melhor opção. No caso de dívidas no cartão de crédito, o melhor geralmente é pedir um empréstimo pessoal para cobri-las, já que os juros são mais baixos que os cobrados no rotativo do cartão. No final de outubro de 2020, as taxas de juros para cartões de crédito estavam em 12,65%, enquanto para empréstimo pessoal ficaram em 4,88%.
Em relação a financiamentos e empréstimos, pode valer a pena fazer uma portabilidade de crédito e encontrar uma melhor taxa de juros.
Por: Bruno Papi