Praticamente todo mundo na face da terra quer, algum dia, viver de renda. Ver um dinheiro cair na nossa conta corrente todo mês sem precisarmos fazer nada é um sonho.
A boa notícia é que o sonho de viver de renda não é impossível, pelo contrário. Agora, a má notícia é: poucas pessoas sabem como fazer isso.
Como eu posso investir hoje pra colher renda amanhã?
A resposta, na maioria das vezes, é óbvia: deve-se procurar por ativos geradores de renda.
Porém, a resposta não é tão óbvia quanto parece. A estratégia do começo das aplicações deve ser diferente da estratégia final que você vai usar, mas muitas pessoas não percebem isso.
Por isso, no artigo de hoje eu te explicarei não apenas como é possível viver de renda, como também o que você deve evitar para chegar lá!
Porém, antes de começar, preciso te fazer entender exatamente qual o problema da estratégia atual que é propagada pelas pessoas sobre viver de renda.
O problema com o que é ensinado sobre viver de renda
Se você já deu alguma olhada em outros artigos sobre viver de renda fora este aqui, você provavelmente já sabe: muito se fala sobre ativos geradores de renda.
Geralmente, é falado sobre duas opções principais: ações que geram bastante dividendos (um repasse de lucros que uma empresa faz como forma de retorno aos seus acionistas) e fundos imobiliários. Ainda pode ser mencionado a renda fixa e algumas outras opções, como tesouro direto com juros semestrais, mas num geral, o maior destaque fica com os dividendos e os FIIs (ainda mais na situação que estamos, com juros baixos na renda fixa).
Por incrível que pareça, isso é um erro.
Mas não me entendam mal: realmente essas opções são boas opções para se viver de renda. O problema é que elas são apresentadas no tempo errado.
Nós geralmente procuramos sobre viver de renda quando, na realidade, temos pouco capital para investir. A maior parte das pessoas que querem entender como viver de renda tem pouco dinheiro mas quer usar os investimentos como um complemento de renda que, no futuro, irá pagar todas as suas contas.
Só que ativos que geram renda só começam a gerar impactos maiores quando você já tem um patrimônio considerável. Antes disso, o impacto é muito pequeno, e focar a sua carteira para receber proventos (lembrando que dividendos são um tipo de provento) quando você ainda quer crescer o seu patrimônio não vai ser eficiente e vai te custar tempo.
Para ficar claro, vamos a um exemplo:
No dia 30/09/2021, a Itaúsa pagará um Juros sobre Capital Próprio (JCP) de R$0,019080 por ação, ou seja, se você tem 100 ações de Itaúsa, que pelo preço do dia 13 de abril de 2021 seria R$1.019 reais investidos (R$10,19 a unidade), você ganharia somente R$1,908 centavos em proventos. Como o JCP possui imposto de renda na fonte de 15%, o valor líquido total seria de R$ 0,016218 por ação, totalizando a quantia de R$ 1,62.
Considerando ainda que a Itaúsa pague trimestralmente dividendos, você demoraria quase 3 anos só para conseguir comprar mais 1 ação de Itaúsa (pelo mesmo preço de R$10,19), se o repasse mantivesse a mesma frequência e valor, sem considerar a valorização da ação.
Logo, podemos concluir: o ganho com dividendos, com pouco dinheiro investido, é muito baixo. Para quem investe pouco, os proventos vão demorar muito para surtir algum impacto relevante.
A estratégia correta para quem tem pouco dinheiro
Se os proventos só começam a surtir efeito quando você já tem um patrimônio considerável, a solução se torna óbvia: primeiro, precisamos crescer o nosso patrimônio.
Você pode fazer isso de diversas formas diferentes: CDBs, LCIs, debêntures, (clique nos nomes que você será redirecionado para os artigos que explicam melhor sobre estas opções) etc.
Mas como estamos falando sobre ações nesse artigo, vale mencionar uma coisa:
Ao invés de procurar por ações que pagam constantemente bons proventos, procure por ações que tenham um bom potencial de crescimento. O seu ganho será muito maior nas empresas que podem duplicar de tamanho mais rapidamente por estarem em um crescimento enorme do que naquelas que pagam bons dividendos, mas que já são bem grandes.
Um exemplo dessa relação, por exemplo, é Itaú e Banco Inter.
Itaú é um banco bem consolidado no Brasil, que paga bons dividendos, mas que cresceu muito e, por isso, a probabilidade dele multiplicar de tamanho é muito baixa. Não porque seja um banco ruim, mas devido as suas proporções e ao tamanho do público disponível no Brasil.
Já o Banco Inter, pelo contrário, é um banco que vem crescendo muito sua presença no país, e, por estar em constante crescimento, a sua capacidade de duplicar de tamanho, teoricamente, é maior do que do Itaú que já um gigante no setor.
Atenção: essa não é uma recomendação de compra ou venda. A menção dos referidos bancos servem apenas como ilustração da explicação proposta neste artigo e não constituem quaisquer recomendações de compra ou venda, nem tampouco uma análise dos ativos.
Aí sim, uma vez com mais dinheiro para investir, você já pode ir adaptando a sua carteira de investimentos para ações e investimentos que são bons geradores de renda.
Caso você não saiba como começar a investir em ações, clique aqui.
De qualquer forma, se você já tem um patrimônio suficiente e quer começar a montar uma carteira pensando em renda, a aplicação que você deve dar destaque são justamente os fundos imobiliários.
Os fundos de investimento imobiliário (FII's), além de gerarem proventos todos os meses, os proventos gerados são isentos de imposto de renda, se tornando assim um benefício muito interessante pro investidor.
Ações que repassam dividendos também são ótimas opções, mas cuidado, pois a periodicidade de repasse de dividendos pode ser feito trimestralmente, semestralmente etc. Cada ação tem um período correto, e, como você precisaria de renda todos os meses, é importante tomar cuidado para acabar não se prejudicando no futuro.
E caso você queira também entender melhor como funcionam os fundos imobiliários para viver de renda, você pode ler o guia completo sobre fundos imobiliários.
Espero que tenha gostado deste artigo. Para mais aulas, você também pode se inscrever no canal do Criando Futuro no YouTube.
Por: Bruno Papi