Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) estão mergulhando de cabeça nos dados demográficos das pessoas que entram em pânico na hora de vender ações durante uma queda na bolsa.
- As oscilações emocionais extremas de ser um investidor do mercado de ações há muito fascinam os cientistas comportamentais.
- Segundo os pesquisadores, o trabalho pode ser usado para desenvolver modelos preditivos, que ajudariam a identificar indivíduos em risco de vendas de pânico.
Os investidores do sexo masculino, com mais de 45 anos, casados ou que se consideram com “excelente experiência com investimentos” têm maior probabilidade de “surtar” e liquidar suas carteiras durante uma crise econômica, de acordo com um artigo publicado no mês passado que analisou mais de 600 mil contas de corretoras.
Os pesquisadores do MIT disseram que o trabalho deles pode ser usado para desenvolver modelos preditivos, que ajudariam a identificar indivíduos em risco de vendas de pânico.
“Os consultores financeiros há muito aconselham os clientes a manter a calma e aguentar qualquer tempestade financeira passageira em suas carteiras”, escreveram Daniel Elkind, Kathryn Kaminski, Andrew Lo e colegas. “Apesar disso, uma porcentagem dos investidores tende a surtar e a liquidar uma grande parte de seus ativos de risco.”
As oscilações emocionais extremas de ser um investidor do mercado de ações há muito fascinam os cientistas comportamentais. Embora o estudo do MIT não tenha investigado por que exatamente os investidores entram em pânico e vendem os ativos, o medo intenso e o desejo de desistir e sair do mercado são bem conhecidos por qualquer trader.
Inúmeros estudos mostraram que é melhor as pessoas permanecerem com uma carteira ampla e diversificada; no entanto, o sonho de enriquecer rapidamente e o terror de perder tudo continuam impulsionando padrões de negociação frenéticos.
No estudo, os pesquisadores definiram uma venda de pânico como uma baixa de 90% dos ativos patrimoniais de uma conta pessoal ao longo de um mês, dos quais 50% ou mais se deve a negociações.
“As vendas de pânico não são eventos aleatórios”, escreveram os pesquisadores, dizendo ser possível identificar tendências claras nos dados. Eles descobriram que tipos específicos de investidores, como aqueles com menos de US$20 mil em suas carteiras, também tendem a liquidar ativos com mais frequência.
“Padrões sutis no histórico da carteira, movimentações de mercado anteriores e perfil demográfico podem ser explorados por redes neurais profundas para prever com precisão se um investidor irá realizar vendas de pânico em um futuro próximo”, afirmaram.
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Fonte: Lynn Thomasson, WP Bloomberg.
Por: Bruno Papi