Um sistema de amortização é a forma como uma pessoa paga a sua dívida mensalmente ao tomar um empréstimo junto a uma instituição financeira. Ao comprar um imóvel financiado, seja para morar ou mesmo para investir, o comprador tem duas opções de pagamento dessa dívida: uma que funciona pela Tabela Price e outra de acordo com a Tabela SAC (Sistema de Amortização Constante).
Porém, nem sempre o adquirente do bem sabe o que elas são e o que avaliar para escolher, principalmente no que diz respeito à tabela Price, menos popular do que a SAC. É muito importante entender como cada uma delas funciona, pois são tabelas muito diferentes e influenciam até no preço final da compra.
Elaboramos este artigo para lhe ajudar a entender como funcionam a tabela Price e a SAC e quais são as diferenças que possuem entre si. Continue a leitura e fique por dentro do assunto.
Método da Tabela Price
Esse sistema foi criado ainda no século XVIII pelo francês Richard Price, que deu nome ao modelo. Ele foi desenvolvido com o objetivo de viabilizar o pagamento de pensões e aposentadorias e foi adotado pelo mercado financeiro com o passar dos anos. Hoje tornou-se uma das mais importantes formas de parcelamento de compras a prazo, assim como o Sistema de Amortização Constante.
Nesse modelo de pagamento do financiamento, as primeiras prestações são compostas, na maior parte, por juros. Progressivamente, enquanto as parcelas vão avançando, os valores de amortização dentro das prestações aumentam — e os juros diminuem. No entanto, o preço das mensalidades continua sempre o mesmo, da primeira à última, apenas tendo suas composições alteradas.
Pelo andamento desse método, ele também é chamado de amortização crescente. Por exemplo: no início do pagamento, 80% de uma prestação serve para amortizar o valor do imóvel, enquanto, na última parcela, pode-se ter 95% do preço ou mais destinado à amortização.
Em resumo, é um sistema de amortização em que as parcelas do empréstimo possuem valores iguais. Esse sistema está presente na maioria das compras parceladas, em que o preço à vista da mercadoria é diferente do total parcelado com os juros compostos embutidos.
Cálculo pela Price
Com o método Price, o cálculo das parcelas de uma prestação é feito de acordo com uma fórmula em que o valor da prestação é determinado em função do valor presente do bem em questão, assim como a taxa de juros e o período de financiamento. Seu resultado fornece uma tabela com os valores dos juros de cada prestação.
Dessa forma, ainda que o saldo devedor cresça de acordo com os juros, o pagamento das parcelas anteriores, assim como a amortização de parte do saldo devedor, impedem o valor das parcelas de crescer.
Por exemplo, se o crédito for R$ 450 mil e a taxa de juros for de 1%, para um financiamento de 60 meses, a primeira parcela poderá ser de R$ 12 mil — R$ 7.500 de amortização e R$ 4.500 de juros. Já na segunda parcela, quando o imóvel tiver R$ 443 mil a amortizar, os juros serão de R$ 4.430. Então, a amortização, para completar a prestação de R$ 12 mil, ficará em R$ 7.570.
Diferenças entre Price e SAC
Diante da possibilidade de financiamento imobiliário, o cliente pode escolher entre uma das opções de sistemas de amortização do empréstimo para pedir ao banco ou construtora. Como visto, são elas quem definem a forma como a dívida será paga durante o financiamento.
Como visto, na Tabela Price, as parcelas são fixas. É um sistema em que a maior parte da primeira prestação é composta por juros. Assim, durante o financiamento, o valor pago em juros diminui e o valor pago em amortização aumenta, sem que o valor da parcela se altere.
Já no caso do SAC, o valor de amortização durante o financiamento permanece o mesmo, mas o que diminui é o valor pago em juros, o que permite uma redução do valor da prestação durante o contrato.
Na amortização constante, todas as prestações são compostas por um valor igual destinado à quitação exclusiva do valor do bem comprado, enquanto pela Tabela Price esse percentual é crescente.
Quanto às parcelas, fixas no método de amortização crescente, pela Tabela SAC passam a ser decrescentes. Isso ocorre por conta de uma semelhança entre as tabelas: os juros decrescem. Pois, conforme o valor devido pelo patrimônio diminui, a incidência de juros acompanha.
Em resumo, com a tabela SAC, a parcela cai porque da primeira até a última há uma diminuição progressiva dos juros, enquanto a Price tem como principal característica o fato de as parcelas serem constantes durante todo o período em que o bem é financiado.
Cálculo pela SAC
No cálculo de financiamentos da tabela SAC, é aplicada a amortização correspondente acrescida dos juros aplicados no cálculo do saldo final em cada parcela mensal. Parece confuso? Não se preocupe, de uma maneira simplificada, a conta pode ser feita com o uso de uma fórmula, da seguinte maneira:
Valor da parcela = amortização + juros
Para fazer o cálculo do percentual de amortização é preciso dividir o valor da dívida pelo número de meses acordado entre as partes para a realização do pagamento. Utilizando o imóvel já citado para ilustrar a Tabela SAC, poderíamos fixar a amortização em R$ 7.500 para quitação do crédito em 60 vezes e, com 1% de juros, teríamos R$ 4.500 de juros na primeira parcela — sendo essa também de R$ 12 mil.
Já no segundo pagamento, a amortização restante seria de R$ 443 mil e a parcela ficaria em R$ 11.930. Ou seja, a segunda prestação reduziria em relação à Tabela Price, pois a amortização fixa continuaria enquanto os juros seguiriam diminuindo.
Preço final
É importante que o consumidor saiba lidar com as opções disponíveis para evitar gastos desnecessários na hora de ir ao mercado. Nesse sentido, pelas diferenças que vimos, a Price torna a compra sempre mais cara para o consumidor. No exemplo que usamos, em 40 meses seriam pagos R$ 480 mil por esse método. Já pelo SAC, o valor amortizado nesse período seria de R$ 300 mil, o que representa uma diferença realmente significativa.
Então, a 41ª prestação já ficaria em R$ 10.500 (R$ 7.500 + R$ 3 mil) e seguiria baixando — enquanto as prestações da Price continuariam em R$ 12 mil. A equação é simples: as mensalidades são reduzidas e somam um valor menor, ao final.
Principais vantagens da tabela price
Os benefícios provenientes da utilização da tabela estão relacionados ao crescimento e manutenção de um orçamento saudável, pois possibilitam uma projeção segura das despesas. Entenda os desdobramentos dessas vantagens a seguir.
Prestações fixas
Com as prestações fixas, o empreendedor deve apenas se preocupar em cumprir seu compromisso mensal. Você não será surpreendido com cobranças adicionais de reajustes durante o financiamento, o que pode abalar o seu planejamento.
Dessa forma, você poderá tomar decisões muito mais assertivas e seguras, aproveitando ao máximo a rentabilidade da companhia sem a necessidade de reservar uma quantia excedente para eventuais valores inéditos.
Possibilidade de pagar antecipado
Caso ocorram hipóteses em que você obtém um capital extra, como datas festivas, aumento substancial do lucro em seu negócio, entre outras eventualidades, você pode optar em quitar antecipadamente as últimas parcelas do financiamento com a receita adicional, e poderá receber um excelente desconto no compromisso.
Sua desvantagem
Basicamente, as desvantagens dessa tabela consistem apenas nos juros mais altos. Como o valor das parcelas do financiamento serão sempre os mesmos, você acaba pagando juros maior no final, isso independe do número de parcelas ou do percentual dos juros.
À primeira vista, essa informação pode dar a impressão de que a tabela price é desvantajosa, entretanto, o abatimento de financiamento pode ser bastante benéfico, como também há diversas situações em que ela será preferível.
Abatimento de financiamentos pelo price
O abatimento consiste em um sistema de amortização, ou seja, o pagamento da parte de uma dívida com o intuito de reduzi-la até a sua eliminação. No sistema de Amortização constante – SAC, ela ocorre de forma constante e decrescente.
Já na tabela price, a prestação deve ser constante em todo o financiamento, por essa razão entende-se que o valor da dívida será crescente, pois os juros caem, porém o valor da parcela será o mesmo.
Essa modalidade de abatimento de valores permite que as primeiras prestações sejam menores que a aplicada no SAC. A partir disso, existem situações específicas em que ela será mais benéfica.
Situações que a tabela é mais utilizada
Enquanto o SAC é amplamente utilizado em dívidas a longo prazo, como a aquisição de imóveis, o sistema Price é bastante popular para financiamentos com prazos menores, alguns exemplos são aquisições de:
- bens de consumo;
- veículos;
- empréstimos e crediários em geral;
- demais situações em que é viável financiar por pouco tempo.
Como inicialmente esse sistema é mais vantajoso, ele é ideal para aqueles profissionais em ascensão profissional, que receberão um aumento em seus rendimentos em pouco tempo ou cujos retornos serão excelentes.
Além disso, também facilita o planejamento de um orçamento mensal ao contratante, pois as variações menores tornam o compromisso mais exato e as contas serão mais simples.
Outro fator que tornou a Tabela Price mais viável, consiste na recente diminuição e estabilização da inflação. Nos períodos de crise econômica, a alta inflação da moeda corrói a renda, o que geralmente é compensado pela amortização decrescente.
Entretanto, como houve uma considerada redução dos índices inflacionários, não há mais o receio de ter sua renda prejudicada pela desvalorização da moeda, abrindo portas para a opção pelo Price.
Essa diferença mostra que com um bom planejamento e acesso às informações certas, você pode obter benefícios fundamentais na hora de fechar negócio. Após a leitura dessa publicação, você sabe exatamente quando a Tabela Price será favorável, seja para fins pessoais ou empresariais.
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Por: Bruno Papi