Qual a melhor hora para negociar uma dívida?

Pode não parecer, mas existe sim um momento ideal de negociar uma dívida e quitar os seus débitos.

Acontece que muitas vezes as pessoas não se dão conta disso porque ficam tão focadas na dívida em si que se esquecem de sentar, fazer as contas e entender se elas podem e terão as melhores condições possíveis de negociação.

Talvez agora mesmo você já esteja no cenário perfeito para acabar com suas dívidas e levar uma vida mais leve, e não tenha se dado conta disso.

Porém, não dê nenhum passo antes de entender exatamente qual é a sua situação. Veja as dicas que podem ajudar a definir sua situação mais abaixo!

O que define o melhor momento de negociar uma dívida?

Na teoria, o quanto antes você pagar um débito, melhor: menos juros, menores riscos, menos chances do seu nome ir parar no SPC e no SERASA ou ainda de tirá-lo de lá o quanto antes.

Porém, no desespero de querer acabar com a dívida, você pode acabar se precipitando e firmando um acordo que você não terá condições de pagar. Ou mesmo sem as melhores condições.

Lembre-se que tudo o que envolve dinheiro, deve ser muito bem pensado. E uma excelente maneira de pensar é respondendo às perguntas que nós listamos abaixo:

1. Vou conseguir honrar esse compromisso agora?

Esta é a primeira pergunta a se fazer.

Aqui, você deve levar em conta:

  • O valor atual da sua dívida,
  • Quanto você está recebendo por mês,
  • Quanto gasta com as despesas fixas da casa,
  • Se alguém na sua família está desempregado — o que acaba acarretando em despesas a mais para você pagar sozinho, entre outras coisas.

Isso não significa que você deve adiar para sempre até encontrar o momento perfeito. Ele pode nunca chegar — e com isso os juros vão se acumulando.

Mas sim que existe um mínimo viável em que você consegue comprometer uma parte da sua renda para quitar a dívida sem que isso se torne um problema ainda maior para você.

2. Quais possibilidades eu tenho de quitar a dívida?

Outro erro comum é fazer um acordo por impulso sem entender se essas são as suas melhores condições para quitar uma dívida.

Muitas vezes, dar uma entrada, parcelar em menos vezes, ou até mesmo quitar à vista pode ser a opção ideal, e você acaba escolhendo qualquer outra por não conhecer todas as suas possibilidades.

Comece entendendo exatamente qual é o valor da sua dívida, somando as multas e juros. E não se assuste com esse valor: dependendo do tempo que essa conta está se estendendo, os juros podem ter dobrado o valor inicial.

Depois, independente de qual seja a sua plataforma de negociação — telefone, direto no banco, no aplicativo ou site — identifique todas as oportunidades que a empresa está oferecendo para quitar o valor devido.

Você inclusive tem direito à Memória de Cálculo de Débito, que te informa exatamente quais são os juros e como eles formaram ao longo do tempo o valor atual da dívida.

E a partir das possibilidades de quitação, faça as contas e identifique qual opção:

  • Cabe no seu orçamento;
  • Representa o menor valor de pagamento possível.

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3. Qual a melhor data de vencimento das minhas parcelas?

Não é à toa que chamamos de negociação das dívidas, é preciso negociar. E em um bom acordo, as duas partes podem fazer um bom negócio, e não só uma delas.

E uma das formas de chegar a um bom negócio é justamente tendo parcelas com uma boa data de vencimento e que cabem no seu orçamento — o dia em que o seu salário é pago, por exemplo.

Caso o banco ofereça até cinco dias após a data do acordo para realizar o primeiro pagamento, veja se a data te atende bem. Inclusive, verifique se a mesma data, nos próximos meses, será uma boa para você.

Por exemplo: se a empresa quer colocar o vencimento da primeira parcela para o dia 08, provavelmente essa será a data de vencimento das próximas parcelas. Então você precisa avaliar: essa é uma boa data pra mim?

Uma dica útil é: colocar o vencimento no dia ou poucos dias após você receber o seu salário. Assim, você consegue priorizar o pagamento da negociação da dívida.

4. O que acontecerá se eu não arcar com os pagamentos?

Antes de fechar a proposta de acordo, você deve entender claramente o que acontecerá caso não consiga arcar com os pagamentos.

Obviamente essa não é a sua intenção, mas imprevistos podem acontecer e você precisa se precaver em relação a eles.

Entenda, por exemplo, em quanto tempo o acordo será quebrado se não for pago e em quanto tempo o seu nome poderá voltar para o SPC.

Assim, em caso de atrasos, você sabe exatamente quanto tempo ainda tem para reaver a situação sem nenhum prejuízo para nenhum dos lados.

Tire todas as suas dúvidas e, se possível, anote num papel para não esquecer o que deve ser perguntado, pois isso é muito importante.

E lembre-se: negociação é um compromisso! Acordos quebrados são um atraso de vida — literalmente — e você ainda pode perder dinheiro e ganhar outra dor de cabeça.

Outras dúvidas que surgem na hora de negociar uma dívida

Existem mais algumas perguntas comuns ou que você deveria se fazer antes de começar uma negociação. Especialmente:

Estou desempregado, devo negociar a minha dívida agora?

Utilizar a rescisão ou o FGTS pode ser uma boa ideia para negociar e pagar seus débitos. Mas antes de tomar essa decisão, avalie bem se você vai conseguir se manter sem essa parte do dinheiro.

Se ele comprometer muito sua casa, sua família ou outros aspectos essenciais para sua vida pessoal, é melhor aguardar pela próxima oportunidade para pagamento.

Isso também vai depender de outros aspectos como qual o seu papel dentro das contas da casa, se você vai ou não receber o seguro desemprego, quais outras fontes de renda você tem, se já existe um novo emprego engatilhado ou não…

Mas se você estiver tranquilo quanto às contas da casa e tiver a possibilidade de pagar as dívidas com o acerto, essa deve ser a sua prioridade!

Pago a dívida à vista ou parcelada?

Quitar o valor à vista geralmente é uma grande vantagem, pois os juros tendem a ser menores e os descontos são melhores. Mas caso não consiga pagar dessa forma, escolha uma condição que esteja dentro da sua realidade.

Talvez seja melhor negociar e pagar a prazo que esperar juntar o dinheiro suficiente para pagar à vista, e demorar ainda mais para retirar seu nome do SPC.

Espero ser acionado na justiça para negociar a dívida?

Uma dica extra para quem não está no SERASA ainda, mas está com dívidas atrasadas é: não espere o seu nome ser incluído nesses órgãos e já procure a empresa para fazer um acordo o quanto antes.

Você não precisa ter seu nome sujo primeiro para só então buscar uma negociação. Seja sincero, converse com a empresa dona da dívida, exponha a situação que você está passando e não deixe que essa situação se estenda mais do que precisa.

Conclusão

O melhor momento para quitar uma dívida é exatamente aquele em que você tem real convicção de que conseguirá quitar a dívida, sem comprometer seu orçamento e o quanto antes.

Não espere para amanhã o acordo que você pode fazer hoje, especialmente porque em muitos casos quanto antes você negocia, melhores serão as condições.

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Atualizado em

Por: Bruno Papi

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