Guia Completo: Ativos Reais, o que são e como investir?

Para evitar a volatilidade inerente ao mercado tradicional, é importante que, você, investidor, esteja sempre em empreendimentos e estratégias para administrar os riscos de seu portfólio.

Não é à toa que essa é uma das recomendações primordiais para quem quer uma carteira de alta performance e também, garantir, a manutenção da sua capacidade de gerar alfa.

O que nem todo mundo sabe é a potência que os Ativos Reais (ou Ativos Alternativos) têm para a diversificação da sua carteira de investimentos.

Isso ocorre, principalmente, devido à não correlação com o mercado tradicional, característica fundamental apresentada por esse tipo de ativo.

Assim, a fim de ajudar você a evitar que os impactos negativos da volatilidade dos mercados líquidos interfiram preponderantemente na rentabilidade da sua carteira, desenvolvemos esse Guia Definitivo sobre Ativos Reais, com tudo o que você precisa saber sobre o assunto.


Nele você vai compreender:

  • O que são Ativos Reais;
  • Histórico do mercado de investimentos no Brasil;
  • Como funciona o mercado de Ativos Reais;
  • O que é Economia Real;
  • Quais as diferenças entre Ativos Reais e ativos financeiros;
  • Qual o papel dos Ativos Reais em portfólio diversificado?;
  • Por que investir em Ativos Reais ou Investimentos Alternativos;
  • Quais os riscos de investir em Ativos Reais?;
  • Quais os são os tipos de Ativos Reais disponíveis no mercado;
  • Onde encontrar Ativos Reais?;
  • Tendências dos Ativos Reais para os próximos anos;
  • E ainda, um passo a passo de como montar uma carteira de alta performance e diversificada com Ativos Reais.

Confira!

O que são Ativos Reais?

Ativos Reais são uma modalidade de ativos que se referem a bens físicos, direitos e valores, relacionados à Economia Real. Assim, os Ativos Reais também podem ser entendidos como sinônimos de ativos alternativos ou investimentos alternativos, a depender do contexto.

Isso se dá, principalmente, pelo fato dos Ativos Reais apresentarem uma dinâmica – inerente à sua natureza – que contrasta dos ativos financeiros e investimentos tradicionais, como a Bolsa de Valores, títulos de renda fixa, poupança, CDB…

Desse modo, os Ativos Reais se constituem uma forma alternativa de investir tendo em vista as limitações apresentadas pelo mercado financeiro tradicional.

Tal paradigma se instaurou a partir de mudanças comportamentais da economia que ocorreram ao longo da história.

Acompanhe a seguir:

Breve histórico do mercado de investimentos no Brasil

Como chegamos até aqui? Costumo dizer que existem 3 fases fundamentais dos investimentos no Brasil, que demonstram a evolução do mercado financeiro. São: Acessibilidade aos Ativos de Investimento, Desbancarização e Desintermediação.

Entenda cada uma delas:

Fase da Acessibilidade aos Ativos de Investimento

Entre os anos 2003 a 2008, o avanço e expansão da tecnologia estavam em explosão no Brasil.

Desse modo, a Internet começou a se tornar o principal meio de mediação entre as operações financeiras, desde as mais simples (como transferências bancárias) até as mais complexas, como compra de títulos.

Assim, através do home broker, os brasileiros passaram a ter acesso às possibilidades vigentes de investimento direto em papéis negociados na Bolsa e até fundos de investimento que não se estabeleciam por meio de seus bancos.

Essa é a fase que marca o nascimento da Indústria da Plataforma de Arquitetura Aberta.

Vale destacar também que, em 2003, as taxas de juros estavam na casa dos 26% ao ano. Portanto, educar o investidor acerca da importância de alocar Investimentos Alternativos, lastreados em Ativos Reais, na sua carteira, era praticamente impossível.

Fase da Desbancarização

De fato, os tempos mudaram. O ano de 2008 foi marcado por mais uma crise econômica, ligada ao mercado financeiro, que ficou conhecida como crise do sub-prime. Quem não lembra a quebradeira geral dos bancos americanos?

Nesse momento, os Ativos Reais ou alternativos começaram a se tornar um pouco mais conhecidos por uma parcela de investidores, apesar de ainda distantes da realidade e das possibilidades de investimento dos mesmos.

Os anos anteriores, no front interno, foram animados do ponto de vista de IPOS (Inicial Public Offers) e realmente a queda vertiginosa da Bolsa, levou acendeu um sinal de alerta nos investidores que se sentiram impulsionados (ou mesmo, obrigados) a perseguir novos horizontes de aplicação financeira, que fugissem da dinâmica tradicional dos grandes Bancos.

Justamente nesse contexto as plataformas de investimento com arquitetura aberta começam a ganhar tração e os investidores percebem que investimentos precisam de especialistas e que esses especialistas estariam fora dos grandes bancos e não neles, afinal, os principais talentos dessas casas naturalmente partiram para montar suas próprias gestoras de recurso.

O que acontece com o investidor nessa época?

Tal contexto se torna propício para o desencadeamento de campanhas e movimentos de conscientização, encabeçados por grandes corretoras e um crescimento de escritórios de agentes de investimentos, também conhecidos como assessores, Brasil afora.

A finalidade era mostrar ao investidor que ele poderia, sim, investir melhor seu capital, fora do circuito das instituições bancárias.

É marcado, então, o período da Desbancarização. No Brasil, essa discussão é extremamente importante, devido à concentração bancária excessiva.

Esse movimento foi bem sucedido. Hoje, a maioria dos brasileiros que investem sabe que é possível investir e acessar produtos de investimento fora dos grandes bancos, como:

  • títulos de renda fixa;
  • debêntures;
  • tesouro direto;
  • fundos de ações multimercado;
  • fundos de crédito;
  • entre outros.

Existem muitos investidores também que contratam gestores de investimentos, consultores, e profissionais da área, para assessorá-los.

Portanto, o movimento de Desbancarização abriu a cabeça e o leque dos brasileiros para novos produtos de investimento.

Fase da Desintermediação

Após tal movimento, em 2017, começa a ter espaço o que chamamos de Desintermediação.

Essa nova era é exatamente o que vivenciamos hoje e, é caracterizada, portanto, pelas oportunidades trazidas pela internet e inovações tecnológicas, além de um escopo regulatório da CVM ( Comissão de Valores Mobiliários) favorável a evolução.

Vale destacar que esse movimento da Desintermediação não se restringe apenas ao mundo dos investimentos.

Certamente, você já percebeu que tudo tem se tornado mais rápido, desburocratizado e, portanto, com acesso mais fácil e direto. Tal evolução está em voga em todas as áreas financeiras.

Assim, o surgimento de novas tecnologias – ancoradas no fenômeno Fintech – é onde residem as grandes oportunidades de geração de riquezas no Brasil!

A Hurst Capital, por exemplo, se constitui uma Plataforma Digital de Investimentos Alternativos. Explicarei melhor adiante.

Por ora, compreenda que no mundo dos investimentos, tal transformação, que se depreende das ferramentas tecnológicas, proporcionam uma disrupção dos investimentos, e proporciona um acesso direto para o investidor à produtos da Economia Real, como os Ativos Reais.

Portanto, agora que você compreendeu como saímos da preponderância dos investimentos tradicionais para a valorização dos Ativos Reais, vale a pena ressaltar:

Como funciona o mercado de Ativos Reais?

O mercado de Ativos Reais funciona a partir de operações de Investimentos Alternativos, as quais estão lastreadas na Economia Real.

Assim, esses ativos estão ligados ao Mercado de Capitais, pois são disponibilizados como títulos de valores mobiliários.

Você poderia acessar esse mercado através de debêntures exclusivas ou fundos de investimento estruturados como FIPs (Fundo de Investimento em Participação), porém, esses produtos normalmente se restringem a investidores que possuem mais de R$ 10 milhões de patrimônio investidos e são caracterizados como investidores profissionais pela CVM.

Desse modo, as Fintechs (Finanças + Tecnologia) surgem como uma possibilidade de encurtar essa distância, pavimentando esse caminho ao investidor de carne e osso, como eu e você se tornando, no cenário atual, o principal veículo para acessar esse tipo de produto.

Não custa lembrar que qualquer oferta pública de investimentos no Brasil, qualquer uma, está sob o guarda-chuva da CVM e portanto deve ser autorizada por ela.

Então antes de investir através de qualquer fintech, pesquise e confirme se essa empresa possui as devidas certificações e autorizações da CVM.

No caso dos Ativos Reais, você pode conferir todas as ofertas e plataformas que possuem autorização através do App Renda Fixa.

Quais os principais modelos de Investimentos Alternativos encontrados no Brasil?

  • Private Equity: operação na qual é designado um fundo com a finalidade de angariar participação de investidores em empresas e projetos que estão em fase de acelerada expansão.

Para participar, o investidor precisa ter aplicação em um fundo de investimento, um FIP (Fundo de Investimento em Participações);

  • Debêntures: são valores mobiliários conversíveis (ou não), que representam um direito emitido por sociedades, para terceiros. Portanto, as debêntures são um meio de captação de recursos, que possuem lastro em uma atividade da economia real. O “pulo do gato” aqui é entender a amplitude das possibilidades quando o assunto são debêntures, afinal, nem todo título dessa espécie pode ser entendido como uma oportunidade alternativa, pelo contrário, a maioria não o é. Como já dissemos diversas vezes, esses investimentos alternativos costumam ser exclusivos e normalmente são emitidos através de ofertas restritas via ICVM 476 e por isso acabam não sendo ofertadas ao grande público.
  • Crowdfunding: é conhecido como investimento coletivo, no qual acontece a união de recursos dos investidores, os quais viabilizam determinado negócio ou empreendimento. No Brasil, o crowdfunding é viável e legal desde outubro de 2017, com a publicação da ICVM 588.

O que é Economia Real?

Economia Real é a economia que está ligada ao cotidiano de uma sociedade e às capacidades produtivas e de desenvolvimento que ela apresenta.

Assim, pode-se dizer que a Economia Real está associada àquilo que pode ser sentido no dia a dia, como taxas de emprego, PIB, inflação, quantidade de indústrias presentes em dada região, dentre outros fatores.

Ao investir na construção de um edifício residencial sustentável, por exemplo, você contribui com a geração de empregos. Tal característica agrega valor ao seu investimento.

Outros valores agregados pertinentes a esse mesmo exemplo é a preservação do meio ambiente, que se dá através do uso inteligente dos recursos naturais, além da valorização do bairro em que o prédio se localiza, dentre outros aspectos que essa edificação pode gerar.

Tudo isso reverbera em diversos espectros da sociedade, e tais desdobramentos não se limitam apenas ao lucro angariado por você, com o investimento.

A Economia Real, assim como os Ativos Reais, estão ligados, portanto, aos impactos gerados por meio dos investimentos.

Nesse sentido, o agricultor, escritor e filósofo francês, Pierre Rabhi traça uma breve distinção entre a economia vivenciada pelos mercados financeiros tradicionais e a Economia Real:

“Hoje, quando se fala de economia, não se trata de Economia Real. O que se chama ‘economia’ é, sobretudo, a monetarização que faz com que o dinheiro representa não apenas riquezas reais, mas também riquezas não-reais, virtuais, especulativas, e que ele funcione sobre si próprio: dinheiro produz dinheiro. Logo, não estamos numa Economia Real”, afirma Pierre, que é uma figura importante da agroecologia.

Do ponto de vista prático, essa definição aponta para algumas diferenças fundamentais que existem entre os Ativos Reais e financeiros.

Quais as principais diferenças entre Ativos Reais e ativos financeiros?

As principais diferenças entre Ativos Reais e ativos financeiros são: correlação com o mercado financeiro, grau de liquidez e a rentabilidade gerada.

Ativos Reais (Economia Real)Ativos Financeiros (economia tradicional)
Baixa correlação com o mercado financeiroAlta correlação com o mercado financeiro
Baixa liquidezAlta liquidez
Alta rentabilidade e estávelBaixa rentabilidade ou alta volatilidade


Correlação com o mercado financeiro

Como já ressaltei acima, os Ativos Reais apresentam baixa correlação (ou nula) com os aspectos que compõem o mercado financeiro tradicional, como a Bolsa de Valores.

Isso significa dizer que a volatilidade inerente dos mercados líquidos não impacta a capacidade que os Ativos Reais possuem de gerar alfa.

Pense na inflação, por exemplo. Normalmente, esse é um fator negativo, que influencia diretamente a liquidez e a rentabilidade da carteira de muitos investidores.

Isso não se aplica aos Ativos Reais e é devido a tal característica que ressaltamos a importância da não correlação para os investimentos.

Afinal, os ativos financeiros estão intrinsecamente correlacionados à dinâmica da venda de papéis do pregão e dos mercados tradicionais.

Sejam títulos de renda fixa ou variável, os ativos financeiros são um dos primeiros segmentos da economia a serem afetados, no caso de qualquer crise financeira – independentemente, da proporção.

Normalmente, possuir um portfólio engessado e com foco apenas em investimentos tradicionais é o que gera a falência de muitos investidores.

Baixa liquidez x Alta liquidez

Dado o ponto que discorri acima, você já pode imaginar: “Como os Ativos Reais apresentam baixa correlação com o mercado financeiro tradicional, isso deve afetar a liquidez desses investimentos”. De fato, é o que acontece.

Os Ativos Reais apresentam baixa liquidez, o que contribui com a segurança e mantém o equilíbrio do alfa x beta de uma carteira de investimentos.

Por outro lado, os ativos financeiros possuem uma alta liquidez mas carregam consigo a volatilidade, gerando oscilações no retorno da aplicação.

Isso não ocorre com os Ativos Reais ou com Investimentos Alternativos.

Na verdade, eles não apenas agregam valor para aquele que investe, mas também oferece retornos mais estáveis, com risco controlado, e na maioria das vezes conseguem exercer o papel de proteção inflacionária.

Estabilidade x Oscilações

Uma coisa leva a outra. Devido à sua não correlação com o mercado financeiro e à baixa liquidez, os Ativos Reais apresentam um retorno sólido e gera uma rentabilidade estável.

Isso evidencia, inclusive, o seu papel de estabilizador dentro da diversificação de carteiras de investimentos.

Os ativos financeiros, por sua vez, por serem impactados diretamente pela volatilidade dos mercados tradicionais sofrem interferências diretas na rentabilidade que gera.

É por isso que muitos investidores, aos poucos, compreendem a importância de alocar Investimentos Alternativos no seu portfólio.

Qual o papel dos Ativos Reais numa carteira de investimentos?

O papel dos Ativos Reais numa carteira de investimentos é:

  • Atribuir segurança ao investidor;
  • Proteger o patrimônio;
  • Agregar valor para você e seu portfólio.

Atribuir segurança para o investidor

Os Ativos Reais dão ao investidor o poder e a segurança de continuar a gerar alfa em seus investimentos, mesmo durante crises socioeconômicas.

Tal característica se dá em decorrência da sua não-correlação com o mercado tradicional e por estar atrelada a Economia Real.

Proteger o patrimônio

Quantas histórias você já leu, ouviu ou mesmo acompanhou de perto, de investidores que perderam tudo durante quedas bruscas do mercado de ações?

É aí que reside uma característica fundamental dos Ativos Reais: eles impedem que investidores cheguem ao estado de falência.

Por isso, é importante pensar em destinar uma parte do seu portfólio a investimentos lastreados na Economia Real, assim você protege o patrimônio que construiu ao longo dos anos.

Agregar valor para você e seu portfólio

Outro papel fundamental dos Ativos Reais é agregar valor tanto para o investidor como para seu portfólio.

Isto está relacionado com o que comentei acima sobre a Economia Real: ao investir em tais ativos, você impacta diversas esferas e segmentos da sociedade, o que gera valor agregado e experiência para sua trajetória no mercado de investimento.

Por que investir em Ativos Reais?

Os motivos para investir em Ativos Reais são: você terá uma carteira de alta performance, segurança para investir, além de retornos sólidos e rentáveis.

Carteira de Alta Performance

Os Ativos Reais são a melhor forma para você diversificar sua carteira de investimentos e, manter ou gerar, uma alta capacidade de gerar alfa.

Afinal, tais ativos são lastreados na Economia Real, segmento no qual os intemperes e nuances do mercado financeiro não tem poder.

Segurança para investir

Ter Ativos Reais inseridos na sua carteira proporciona a você uma maior segurança e estabilidade para permanecer empreendendo, mesmo em tempos de crise.

Isso se dá devido à baixa correlação com os mercados líquidos.

Por conta da diversificação que eles proporcionam, historicamente investidores que apresentam Ativos Reais em sua carteira de investimentos, possuem um melhor desempenho, e desfrutam de outros benefícios.

É o que aponta um estudo feito pela S&P Dow Jones Indices LLC. Observe no gráfico abaixo:


Retornos sólidos e rentáveis

Ativos Reais representam investimentos de retorno sólidos, robustos e de alta rentabilidade (muito acima dos produtos propostos e ofertados nos mercados tradicionais de balcão).

Graças à sua baixa liquidez, é possível preservar o seu valor real e usufruir do alfa que é gerado a partir daquele empreendimento.

Portanto, os retornos dos Investimentos Alternativos, que são feitos em Ativos Reais, são caracterizados pela alta performance, com taxas que variam entre 10% a 25%.

Quais os riscos de investir em Ativos Reais?

Os riscos de investir em Ativos Reais são:

  • Baixa liquidez;
  • Retornos variáveis;
  • Falta de conhecimento por parte dos investidores;
  • Regulamentação;
  • Riscos inerentes às modalidades de investimentos.

É importante que você entenda cada um desses pontos em detalhe, por isso, continue lendo o texto abaixo.

Baixa Liquidez

Os investimentos em Ativos Reais são caracterizados pela baixa liquidez, justamente, devido a sua não-correlação com as dinâmicas do mercado financeiro. Entretanto, o retorno é sólido e gera um alfa superior aos investimentos comuns aos mercados tradicionais.

Desse modo, é importante que o investidor avalie e elabore uma estratégia de alocação desses ativos, a fim de garantir a geração de alfa.

Como é a Liquidez dos investimentos em Ativos Reais?

Os investimentos em Ativos Reais, normalmente, não apresentam liquidez. Por isso, o investidor deve se programar para quando investir, ter em mente o prazo e a modalidade da operação Em contrapartida, os Investimentos Alternativos são caracterizados por possuir uma alta rentabilidade.

Mesmo assim, isso não impede que o título seja comercializado em um mercado secundário, de modo que o titular do valor mobiliário pode vendê-lo para terceiros.

O prazo de duração dos investimentos varia entre 6 e 36 meses.

Retornos Variáveis

Diferentemente, de uma boa parcela dos ativos financeiros, os Ativos Reais não geram renda fixa. Entretanto, a variação do alfa gerado é bastante superior às taxas comuns aos investimentos em ativos financeiros.

A principal causa disso é que os Ativos Reais não apresentam rentabilidade pré-fixada. O que pode ser mensurada é a variação do alfa.

Portanto, o retorno do investimento pode ser estimado, principalmente, porque esses ativos não apresentam uma oscilação tão radical.

Como é o retorno dos investimentos em Ativos Reais?

O retorno dos investimentos em Ativos Reais se destacam no mercado, devido, a alta rentabilidade gerada pelos projetos.

O alfa, portanto, varia de 10% a 20% a.a.

Já, a poupança e a CDI tem apresentado taxas de rentabilidade que variam entre 2% a 4% ao ano.

Falta de conhecimento dos investidores

Por muito tempo, os investimentos em Ativos Reais eram restritos à carteira de grandes fortunas.

Por conta disso, ainda existem muitos investidores que possuem dúvidas ou até mesmo ideias equivocadas acerca desses tipos de investimento.

Entretanto, graças à Desbancarização e Desintermediação, hoje, cada vez mais oportunidades acessíveis de Investimentos Alternativos são criadas.

Assim, você pode ter acesso a investimentos rentáveis e sólidos.

Regulamentação

É preciso estar atento também à legalidade e regulamentação dos investimentos em Ativos Reais.

Como falei acima, ainda existem muito desconhecimento acerca desses investimentos, e por conta disso, alguns charlatões, travestidos de instituições confiáveis, se aproveitam disso para operar fraudes e disparar golpes, com aparência de “investimento alternativo”.

Cuidado! Todo investimento em Ativo Real DEVE estar regulamentado de acordo com as Normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Esse é o órgão responsável pela fiscalização e normatização de todo e qualquer investimento alternativo.

Riscos inerentes às modalidades de investimentos

Existem diferentes modalidades de Investimentos Alternativos ou investimentos em Ativos Reais.

Sendo assim, cada um deles apresenta riscos específicos.

Nas plataformas, são disponibilizadas duas categorias de investimentos: Equity e Debt (de dívida).

Portanto, se estamos diante de um contrato de Equity, no qual você é sócio do investimento, o risco que você corre, necessariamente, é referente àquela atividade econômica.

Um exemplo prático: se você investe numa Sociedade de Propósito Específico (SPE) que detém um imóvel alugado para uma determinada empresa, corre o risco daquele contrato de aluguel ser rompido, ou do imóvel sofrer uma desvalorização. No entanto, você detém aquelas ações.

Nas ofertas de dívida, ou operações de Debt, o risco efetivamente é o de inadimplência. Trata-se do risco daquele ofertante, projeto ou empreendimento não ter capacidade de pagamento ao nosso investidor.

Para minimizar isso são estabelecidos, nos contratos das operações, garantias sólidas. Em especial, para aquelas operações que envolvem crédito, lastreadas em dívida.

As garantias são caracterizadas por:

  • Apresentar lastro na Economia Real (como alienações fiduciárias, penhor de cotas sociais, garantias colaterais, aval dos sócios);
  • Em caso de inadimplência, podem existir empresas que oferecem serviços para o investidor buscar o seu capital de volta.

Quais os tipos de Ativos Reais?

Os tipos de Ativos Reais são:

  • Agronegócio;
  • Imobiliários;
  • Comercial;
  • Energia;
  • Judiciais;
  • Ouro;
  • Florestais.

Entenda cada um deles e confira como as plataformas atuam.

Ativos Reais do Agronegócio

Os Ativos Reais no Brasil apresentam um grande potencial – e eu vou explicar o por quê.

O agronegócio é um dos principais responsáveis pela geração de riquezas do Brasil. De acordo com a CEAPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o PIB do agronegócio brasileiro cresceu 3,81%, no ano de 2019.

Essa se constitui uma alta bastante significativa se considerarmos, os dois anos anteriores, os quais foram poucos favoráveis para o setor, devido às cotações cada vez menores.

Mesmo assim, o desempenho do setor representou 21,4% do PIB brasileiro total, ainda de acordo com a CEAPEA.

Outra boa notícia é que o segmento agropecuário – englobado pelo agronegócio – apresentou um crescimento de 1,3%, no ano de 2019, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Isso evidencia a projeção e o ritmo de expansão! Segundo o instituto, as expectativas são promissoras e se esperam novos recordes, sobretudo, relacionados à produção de grãos, como milho e soja (crescimento em cerca de 3% a 4% no PIB agropecuário nacional em 2020).

Quais são Ativos Reais no setor do Agronegócio?

No Agronegócio, os Ativos Reais são investimentos lastreados em atividades que estão ligadas ao setor como gado, mogno, florestas de eucalipto e antecipação de safras.

A aquisição deste tipo de ativo era mais acessada apenas por carteiras de grandes fortunas, justamente devido à sua alta rentabilidade e não-correlação com o mercado, como você pode conferir no gráfico abaixo:


Isso se dá devido ao fato dos Ativos Florestais estarem ligados ao crescimento biológico. Desse modo, esses ativos não são afetados, ou são pouco afetados, por ciclos econômicos e políticos.

Ativos Imobiliários

São os Ativos Reais que estão inseridos no Mercado Imobiliário, e, portanto, se constituem como propriedades, terrenos, construções e edificações em geral.

Desse modo, tais Investimentos Alternativos podem ocorrer através de operações lastreadas em empreendimentos imobiliários, como built to suit, sale leaseback, sale leaseback, retrofit,compra de estoque etc.

O investimento no setor tem se apresentado como uma forma de arma contra os percalços que se depreendem de crises socioeconômicas e de saúde.

Para isso, você precisa saber onde e como investir! Afinal, permanecer apenas em ativos financeiros pode tornar o seu portfólio frágil e vulnerável às nuances inerentes aos investimentos tradicionais.

Quais são os Ativos Reais no segmento imobiliário?

No mercado imobiliário, os Ativos Reais são operações lastreadas em empreendimentos imobiliários.

Um exemplo de como funcionam esses serviços: uma instituição imobiliária, o ofertante, solicita os serviços de uma plataforma, a fim de captar recursos, os quais serão aportados na realização de algum de seus projetos.

A partir daí, o projeto é estruturado – conforme a regulamentação da CVM – e, posteriormente, ocorre a oferta pública relacionada ao investimento alternativo disponível na plataforma digital.

Confira o exemplo da construção do condomínio residencial All Liberdade, estruturado pela Bloxs. A edificação está localizada no centro da cidade de São Paulo e foi estruturada pela Bracon Incorporações.

Confira no gráfico abaixo:


Ativos Comerciais

Os Ativos Reais comerciais estão ligados à atividades do setor comercial, como venda e locação de frotas de veículos, equipamentos, e também podem se materializar através da realização de eventos.

Quais são os Ativos Reais no segmento comercial?

Nesse segmento, os Ativos Reais ocorrem através de ofertas públicas lastreados em ativos não correlacionados, no caso, atividades comerciais.

O Réveillon Jeri 2020 se destaca como a primeira oferta pública, no segmento de eventos, do Brasil.

Além disso, a rentabilidade de alta performance é um fator que tem chamado bastante atenção: 16.77% à 22.42% a.a. Confira no gráfico abaixo:


Ativos Reais de Energia

Tal classe de Ativo Real é um grande para o desenvolvimento da economia do Brasil, por dois motivos muito latentes, que influenciam mutuamente:

  • Há uma tendência do uso de fontes de energia renováveis, que tem ganhado cada vez mais força. De acordo com um relatório da NEO (New Energy Outlook), produzido pela BNEF (Bloomberg New Energy Finance), tais fontes de energia receberão cerca de US$ 10,2 trilhões em investimentos de todo o mundo até 2040.
  • O Brasil é detentor de uma grande capacidade de produção de energia renovável e limpa, devido os seus recursos naturais e as suas dimensões continentais.

Por isso, é imprescindível estar atento às transformações comportamentais relacionadas à energia, pois, atuar de forma estratégica, tornará você um investidor diferenciado. Ainda de acordo com o relatório da NEO, a energia solar e eólica e solar serão equivalentes à cerca de 50% da eletricidade mundial. Tal dado aponta para a ruptura dos moldes antigos de energia, como pode ser observado no gráfico abaixo:


Como são os Ativos Reais do setor de geração de energia?

Existe um grande aumento de demanda para a geração distribuída de energia.

Podemos observar que existe um movimento de conscientização da população mundial em relação ao manejo dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável.

Tal tendência tem promovido mudanças comportamentais cada vez mais significativas.

Assim, os Ativos Reais no setor de energia atuam através da geração compartilhada, nos termos da Resolução Aneel 687/2015, por meio de operações lastreadas em Ativos de Energia da Economia Real. Desse modo, esses empreendimentos, normalmente, estão associados à produção de energia sustentável, como o projeto Usina Solar Adágio Salvador.

Como funcionou essa operação?

Os investidores se tornaram acionistas da TDS2 EMPREENDIMENTOS SOLAR SPE S/A, que é uma instituição especializada em proporcionar energia solar para aqueles que desejam, mas que, não possuem área ou terreno suficientes para a instalação de um sistema solar.

Desse modo, a TDSS2 apresenta uma propriedade rural que fica localizada na cidade de Ibotirama/BA e também um contrato de locação do Sistema de Geração Solar com o Hotel Adagio, que fica em Salvador.

Portanto, o hotel recebe o crédito da energia que é gerada na cobrança da concessionária e, também, pagará à TDS2 o valor referente a o aluguel mensal – o que produzirá uma economia de 15% na sua despesa relacionada à energia elétrica.

Veja no infográfico abaixo:


Ativos Judiciais

Os Ativos Reais Judiciais, também conhecidos como “Distressed Assets”, (chamados nos Estados Unidos como “putrefied funds”) se tornaram um tema bastante recorrente no Brasil, depois da norma de recuperação judicial que trouxe mais segurança para esse tipo de mercado.

Vale destacar que os distressed assets, ou “ativos estressados”, representam um universo bastante grande no qual os Ativos Judiciais estão inseridos.

Como funciona o segmento de Ativos judiciais?

No segmento de Ativos Judiciais existem operações como: ofertas de acordos trabalhistas, precatórios, ofertas à demanda contra grandes empresas, entre outros. Eles são divididos em duas categorias: os títulos públicos judiciais e os títulos judiciais privados.

Nem todas as empresas intermediadoras atuam nesse segmento, mas a especialista nessa área é a Hurst Capital.

Ativos Florestais

Os Ativos Florestais estão relacionados ao reflorestamento de áreas para fins comerciais de atividades da indústria como movelaria, construção, civil, celulose, dentre outros.

Essa classe de ativos emergiu nos anos 80, principalmente nos Estados Unidos, pois na época predominava a verticalização da indústria florestal.

Assim, as empresas possuíam áreas extensas de floresta com o objetivo de atender a demanda das suas próprias unidades industriais por matéria-prima. Assim, apenas um pequeno volume do que excedia era destinado para o mercado.

Em dado momento, os Ativos Florestais passaram a ser comercializados para investidores institucionais que se comprometeram em suprir a demanda de matéria-prima gerada por essas unidades industriais.

Com essa mudança comportamental, os investidores institucionais começaram a perceber um potencial nessa classe de Ativos Reais.

No Brasil, eles estão muito ligados ao agronegócio, mas ainda não são tão populares quantos os outros ativos desse segmento.

Diante das condições climáticas e geográficas, a silvicultura aparece como alternativa bastante segura.

Uma conotação importante relacionada a essa classe de Ativos Reais é que ela contribui com atividades de preservação e desenvolvimento sustentável.

Ouro

O Ouro pode ser considerado o mais clássico e popular dos Ativos Reais. Não é à toa que ele seja uma das primeiras opções de Investimentos Alternativos procurados em momentos de crise no mercado financeiro.

Apesar disso, é importante que o investidor tenha cautela antes de adquirir tal ativo. É preciso compreender a fundo esse mercado para compreender a inconstância que o Ouro apresenta.

O mais recomendado é que ele seja comprado quando estiver mais barato para que, em tempos de crise, possa ser vendido.

No Brasil, essa categoria de Ativo Real costuma ser comercializado através da Bolsa de Mercadorias e Futuros, a B3.

Assim, a negociação mínima pode acontecer em contrato fracionário de 10 g e 0,225 g – mais acessível e com menor liquidez.

Onde encontrar e como investir em Ativos Reais?

O lugar ideal para contratar produtos reais é através das Fintechs, Plataforma de Investimentos Alternativos autorizada pela CVM, como a Hurst, Bloxs e Inco.

Essas plataformas tornam acessível ao investidor comum Investimentos Alternativos, lastreados em Ativos Reais. Tudo de forma, célere, eficiente e segura, com garantias contratuais.

Anteriormente, isso era possível apenas para portfólios de grandes fortunas, family offices e investidores institucionais.

É preciso verificar se a empresa é autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), através da publicação da instrução 588 que regulamenta a oferta pública de valores mobiliários.

Ao investir em Ativos Reais você adquire um título de valor mobiliário que é representado por meio de um contrato de investimento.

Portanto, é bom saber que existem duas modalidades de investimento: dívida (“DEBT”) – em que você empresta dinheiro para dado empreendimento, lastreado em garantias – e a segunda modalidade de equity. Nesse caso, você se torna sócio do projeto!

Tendências e projeções dos Ativos Reais

As principais tendências para o mercado de Ativos Reais devem ser os Investimentos Alternativos.

Acreditamos que essa é a nova forma de investir, devido aos padrões contemporâneos da economia, nos quais:

  • Setores dos mercados tradicionais operam com taxas baixíssimas ou negativas, sobretudo, países da União Europeia e tidos como desenvolvidos;
  • A inflação se mantém em alta, mesmo em momentos nos quais as crises socioeconômicas não estão em voga;
  • E o excesso de liquidez ameaça a segurança dos investidores, de até mesmo, conservarem aquilo que já conquistaram.

Desse modo, a diversificação em Ativos Reais se apresenta como uma alternativa para equilibrar rentabilidade, volatilidade e retorno.

Passo a passo de alta performance para diversificação da carteira

Para possuir uma carteira de alta performance, a partir da diversificação com a alocação de investimentos em Ativos Reais, siga o passo a passo a seguir:

Avalie o seu perfil

Antes de tomar qualquer passo, pense no seu perfil de investidor. Até porque, não existe investimento perfeito ou errado, existem aqueles investimentos que são adequados para cada objetivo.

Assim, encontramos, de modo geral, 3 perfis de investidores

  • Conservador: Aquele que busca o máximo de segurança, a despeito do baixo retorno. Prefere empreendimentos com renda fixa, normalmente;
  • Moderado: Possui um perfil intermediário, no qual investe em ambos – renda fixa e variável – tendo em vista obter o melhor equilíbrio entre os aspectos que compõem a tríade, segurança, liquidez e rentabilidade;
  • Arrojado: Esse investidor procura maior rentabilidade, e por isso, faz gerenciamento de investimentos de risco, além de aceitar rentabilidades negativas, no período de curto e médio prazo. Assim, ele visa, posteriormente, alcançar um potencial de retorno maior.

Distribua o capital entre diferentes classes de ativos

Busque alocar o seu capital em diferentes categorias de ativos, tais como: renda fixa, fundos, ações, títulos diretos e Ativos Reais.

No caso dos Ativos Reais, é fundamental também diversificar entre os diversos segmentos.

Destine um percentual do seu portfólio para investimentos reais

Esse é um modo bem prático e inteligente de garantir a capacidade do seu portfólio de gerar alfa, independente do que ocorra no cenário financeiro global.

Cabe também não aplicar 100% do capital em apenas um operação. Prefira dois ou mais, em segmentos diversos, de acordo com o seu perfil e objetivo.

Monte uma estratégia

É importante que você trace uma estratégia viável e que esteja de acordo com suas capacidades de aporte, além do seu contexto.

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Esse é um modo de se proteger contra o risco de liquidez, pois, com objetivos bem definidos, você empreenderá sempre operações e formas de driblar as crises dos mercados tradicionais.

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Atualizado em

Por: Bruno Papi

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